quinta-feira, 24 de março de 2011

Promessa


Eles falavam sobre o para sempre, as palavras, os gestos, os abraços, os sentimentos. Procuravam por um mundo sem segredos, defeitos, nem medos.
Tentavam esquecer as feridas de todos os dias, o que lhes machucava o peito, que fazia com que eles sentissem o vazio tornar-se maior.
A depressão profunda, instaurada em seus sentimentos, era afastada com um singelo abraço. Para eles era muito bom poder acordar, e poder ver o brilho no olhar de um e do outro, lhes bastava olhar um para o outro, que o dia já estava perfeito. Apenas lhes interessava ter a companhia mútua um do outro. Uma ligação recebida no meio da madrugada, uma mudança brusca na vida de ambos.
Às quatro e vinte da manhã um dos dois acordou, dizendo-lhe:
– Se algo me acontecer hoje, prometa-me que seguirá sua vida adiante, se for preciso me esquecer, esqueça-me!
A outra pessoa sem entender perguntou-lhe:
– Eu farei o que você quiser, mas não poderia, jamais, esquecer você, por que me disse isso? Por quê?!
Sem demonstrar emoções, apenas indiferente, a pessoa respondeu:
– Eu odeio você, jamais queria ter enganado você, sinto muito lhe dizer, mas, nada mais quero com você. Apenas me deixe em paz, pegue suas coisas e vá embora, imediatamente daqui.
Já em lágrimas a outra pessoa pegou suas coisas, e partiu...
O telefone dessa pessoa toca:
– Olá, eu soube que você era íntimo de...
A pessoa sem entender o motivo da ligação respondeu:
– Sim, mas por que a pergunta?
Identificando-se como médico Dr. Alves, respondeu:
– Não há maneiras fáceis de lhe dizer isso, mas é melhor que você venha a meu consultório, que essa pessoa lhe deixou uma carta...
Uma hora após a ligação a pessoa chegara ao consultório do Dr. Alves.
– Olá, prazer, Dr. Alves, aqui está a carta, peço para que a leia, sei que deve estar com raiva da pessoa, mas leia sem emoções, por enquanto...
Na carta estava escrito:
Eu lhe prometi muitas coisas, não pude cumprir todas, lembra-se daquele dia em que estávamos felizes assistindo a um filme, e eu lhe disse a primeira vez ‘eu te amo’? Se puder lembrar-se, lembre-se de mim por isto, e não pelos erros que cometi, entenda que não possuo perfeição, não entendo o que viu em mim, eu queria poder reviver tudo ao seu lado, sim, tudo, só que mudando, cumprindo as promessas, lembra-se quando tínhamos 11 anos, e eu conheci você quando estávamos brincando perto de um carro enorme preto? Se não se lembra disso eu entenderei, afinal se passaram 10 anos desde então, lembra-se daquele trecho de música ‘One of us will die inside these arms’ que traduzindo é ‘Um de nós morrerá nesses braços.’, pois é, eu achei meio impossível de isso acontecer, mas é inevitável, assim como é inevitável falar com você, e apaixonar-se, e é inevitável, como o curso da água quando cai da cachoeira mais linda, água que cai como as lágrimas caem de meu rosto ao escrever isto...
Promessa é dívida, mas infelizmente eu vou ficar devendo desta vez, eu lhe pagaria essa dívida lhe falando ‘eu te amo’ todas as manhãs, mas nos últimos meses não pude fazer isso, eu chegava tarde e encontrava você dormindo, não queria acordar você, então se lembra daqueles papeizinhos colados em sua perna, você acordava e ria disso? Sim em todos você encontrava uma frase singular e uma frase comum ‘eu te amo’, queria poder lhe dizer isso pessoalmente, me desculpe por ter dito aquilo na manhã em que descobri algo inevitável, eu só queria tentar amenizar a dor que iria sentir, com uma raiva sobre mim, mas, de nada adiantaria, se você soubesse que eu ia morrer naquele instante...
Saiba que eu prometi amar você ontem, hoje e amanhã e sempre... Eu tinha prometido estar ao seu lado sempre, no entanto, não é agora que eu poderei estar...

Atenciosamente assinado: ______ 
P.S.: I promise to love you.”
E a pessoa entendeu por que a outra tinha lhe falado aquilo, entendeu, então, o que significava a vida, agora em lágrimas, a pessoa partiu, tentando esquecer a pessoa que amava tanto para poder continuar vivendo, mas, mantendo o brilho eterno de uma mente sem lembranças.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Imperfeito

Uma noite para ficar confuso,
Uma noite para se sentir só,
Tentando consertar girei o parafuso,
Daquela brecha que abriu em meu peito, um nó,
Um nó perfeito, que o selou,
Selou o abismo em meu peito,
Eu agora digo que nada restou,
Daquele sonho imperfeito.

domingo, 6 de março de 2011

Trancado



Todas as palavras ditas pareciam ter sido em vão,
Sentimentos estão ao chão,
Tudo que resta agora é solidão,
Girei a chave na fechadura para que então,
Eu possa ser,
Talvez um dia, feliz sem te ver,
E sem te dizer,
Que assim posso crer,
Num momento feliz,
Sem me deixares infeliz,
E assim foi como me tranquei do mundo,
E te esquecendo, nem que fosse, por um segundo.

sábado, 5 de março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

teu amor


Olha-me nos olhos,
Coloca a mão no coração
E dize-me que me amas,
E em todos os ramos,
Encontro teu nome, mas não
Consigo encontrar as tantas
Lembranças que comigo
Deveriam estar
Porém, sempre encontro algum amigo,
Que me fala para sempre tentar,
E nunca desistir
De te ver sorrir.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Illusion or perfection?

De todas as coisas que você fez,
Restaram as que são incapazes
De me dizer se você se desfez
Ou se nem existiu, e nesses
Dias que mal sei o que fazer
Decidi me fechar,
A fim de saber,
Se um dia você irei encontrar.